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segunda-feira, 28 de junho de 2010

I'm here to honor you

"Para mim não é difícil escrever sobre a morte. Talvez por não me importar com o que quer que venha em seguida. Talvez por já ter perdido alguém que amava para esse anjo negro que assombra a todos. Não estou dizendo que isso não me deixou triste, pois deixou, e continua deixando até hoje. A cada dia que passa e a cada coisa que acontece, eu penso no que ele está perdendo. A cada nova realização minha, penso em como ele ficaria orgulhoso. A cada problema, me pergunto que conselhos ele me daria. Por muitas noites, antes de dormir, fiquei pensando por horas, várias vezes chorei, e lamentei que a última coisa que eu disse para ele não tenha sido "eu amo você". Lamentei que em seus últimos meses de vida, nós estivéssemos brigados. Me sinto mal até hoje, por não ter sabido o que ele estava passando e não ter ajudado. Pelo contrário, apenas piorei as coisas acusando-o de ser o que não era e de ter feito o que não fez. Mas nunca imaginei que tudo aquilo podia estar acontecendo com ele. Tem coisas que nós não achamos que presenciaremos, problemas pelos quais não acreditamos que teremos de passar, que só acontecem com os outros. Sei que soa como uma desculpa. Mas não é. Sei o que fiz e o que devia ter feito. Sei que podia ter ajudado se não tivesse descopnfiado dele. Sei, no fundo, que parte da culpa de sua morte, mesmo que uma parte mínima, pode ter sido minha: eu podia ter pelo menos tentado evitar. Me pergunto se ele sabe o que está acontecendo hoje, comigos, com os pais e amigos. Me pergunto se ele gostaria de saber, e como estaria se ainda vivesse conosco. A cada passo, cada música, cada olhar. A cada estrela brilhando no céu eu penso nele. E penso em nós. E o que me conforta, é saber que as memórias só morrerão quando eu quiser. Ou quando eu, também já não puder mais lembrar."

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